Duarte Mendonça ganha 2ª etapa
No dia 22 de Abril de 2023 decorreu a 2ª prova do campeonato regional de parapente, com manga única devido às condições meteorológicas.
A descolagem de escolha foi o Chão da Lagoa (Funchal)
Estiveram 6 pilotos na descolagem para disputar a prova, dos quais 5 descolaram.
O percurso basicamente era seguir para leste. A linha de meta estava na zona da Raposeira (Ponta do Pargo). Em concreto era uma linha perpendicular à linha recta entre o Chão da Lagoa e a vila do Porto Moniz. 29,6 km de distância.
O Duarte Mendonça foi o piloto que melhor se aproximou de fazer o percurso, tendo conseguido fazer 21,5 km do percurso (otimizado). Inflectiu o voo nas zonas altas da Calheta.
O piloto optou por regressar porque se prosseguisse teria de aterrar e terminar o voo. Assim, fez o caminho inverso e veio aterrar à Ribeira Brava.
O pódio da prova completou-se com 2 pilotos que voaram até ao Lugar de Baixo, onde também aterraram. Nomeadamente o Nuno Aguiar e logo seguido pelo Evandro Amaro.
História da manga
Contrariamente à previsão, houve nuvens que se começaram a instalar instalar a partir das 10.00h. Tinham a sua base próxima aos 1000m de altitude. Se por um lado mostravam onde estavam as térmicas, por outro os 1000m representam uma menor margem de manobra para fazer o voo em distância.
Os 5 pilotos descolaram cerca das 11.00h. O João Quintal optou por aterrar ao Funchal. Os restantes 4 conseguiram seguir caminho e reencontrar-se no Jardim da Serra, na escarpa da Ribeira dos Socorridos.
É um sítio habitual para encontrar térmica porque fica virado a leste e de manhã recebe sol desde cedo.
O Nuno Aguiar apesar de ter descolado em 2º lugar acabou por passar o António Freitas a caminho da Ribeira dos Socorridos. Pouco depois chegaram o Duarte Mendonça e o Evandro Amaro.
Depois de subirem neste ponto passaram para o Parque Industrial do Cabo Girão onde voltaram a procurar subir.
O Duarte Mendonça desceu um pouco mais para a costa, foi para a zona da estrada de acesso ao Cabo Girão. Este local revelou-se melhor porque permitiu subir mais um pouco do que aos restantes pilotos (~1200m). Aqui a nuvem formava-se mais alto.
Para o Evandro e o Nuno Aguiar, esta zona foi o início do fim, pois não tendo subido tanto quanto os restantes, não mais conseguiram encontrar ascendentes que lhes permitissem "voltar a jogo". Praticamente foram em planeio até ao Lugar de Baixo, com uma ou outra exceção pelo caminho.
Para o António e o Duarte continuava o jogo, e o próximo desafio era o vale da Ribeira Brava. É necessário passar o mais alto possível. Acresce que quanto mais a oeste mais tarde chega o sol. Logo as condições estão menos desenvolvidas.
O Duarte chegou ao lado leste do vale com 784m. Estando acima da cota do terreno conseguiu encontrar a térmica e subir quase 200m e seguir para a Tabua.
O António teve menos sorte. Chegou apenas com ~600m de altitude e ficou próximo à cota do terreno. A partir desse momento teve muita descendente e turbulência. A julgar pela deriva do Duarte Mendonça, provavelmente o vento estava a ir para dentro do vale, fazendo com que aquela encosta estivesse sotaventada, apesar de estar ao sol.
O António tentou ainda vir para a costa aterrar na praia, mas foi impossível. Com poucas opções e nenhuma delas ótima, acabou por aterrar em segurança no campo de futebol da vila, num exercício de grande perícia.
O Duarte Mendonça agora sozinho fez o percurso descontraídamente até à Calheta, onde fez ponto de inflexão e decidiu voltar atrás.
Pois prosseguir para a meta significaria ter de aterrar de forma improvisada pouco depois. As condições para se formarem térmica ainda não estavam criadas naquela altura.
Ao seu estilo fez o percurso até à Ribeira Brava, onde acabou por aterrar na praia 2.26h depois de descolar do Chão da Lagoa.
Com esta prova o Duarte Mendonça é o novo líder do campeonato regional.
Por clubes a Associação Desportiva do Porto da Cruz mantém-se na liderança.
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